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Aumento de casos de esporotricose chama atenção de profissionais da saúde |
Cerca de 50% dos casos de esporotricose animal acontece em gatos
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Esporotricose, uma doença provocada por fungos, que acomete animais e pode ser transmitida ao ser humano, tem chamado a atenção da comunidade científica.
Isso porque considerando os últimos 10 anos, observou-se um aumento significativo de casos registrados no Brasil. Dados da Prefeitura de São Paulo apontam que somente em 2023 foram registrados 3.209 casos da doença em gatos e cães na capital.
Com maior número de casos entre os animais, maior a possibilidade de contaminação humana. Embora seja considerada uma doença “benigna”, pode tornar-se grave atingindo ossos e pulmão, provocando sintomas como tosse, falta de ar, dor ao respirar e febre.
A enfermidade é caracterizada por uma micose subcutânea provocada pelo fungo do gênero Sporothrix, presente no solo, palha, vegetais, espinhos, madeira. Pode acometer diversos animais, mas especialmente os gatos que representam 50% dos casos. A transmissão para o ser humano acontece através do contato com animais infectados, desde que a pessoa apresente cortes ou lesões na pele, mesmo pequenos.
Em geral, os primeiros sinais da doença em humanos se caracteriza por uma pequena lesão, podendo evoluir para cura espontânea ou desenvolver feridas que não cicatrizam. “Geralmente aparecem aumento de gânglios um seguido do outro (em forma de rosário) que são gânglios periféricos que seguem o caminho linfático. Em casos mais graves, por exemplo, quando o fungo afeta os pulmões, podem surgir tosse, falta de ar, dor ao respirar e febre, e pode afetar os ossos também”, explica dra. Hegles Rosa, especialista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia.
Além de poder atingir pulmões e ossos, principalmente em pessoas com o sistema imunológico comprometido, é preciso atenção especial com as crianças, que podem se infectar ao ficar muito próximas, abraçar ou beijar gatos e cães domésticos, por exemplo. “Por isso é mais comum terem esporotricose no rosto, olho e nariz. A cicatriz no rosto que a doença pode acarretar tem potencial de atrapalhar a vida social das crianças e trazer grandes impactos na autoestima”.
O maior risco envolve o animal “semi-domiciliado”, que tem acesso livre para a rua e pode mais facilmente se contaminar e transmitir para a família. “Ainda que sejam transmissores da esporotricose para humanos, os bichos são tão vítimas quanto nós. Para que eles também não sejam contaminados, o melhor é cuidar para que não saiam de casa”, explica dra. Hegles Rosa. Em geral, a esporotricose costuma ser uma doença de longa duração, exigindo rápida adesão ao tratamento, tanto para tratar animais, quanto para pessoas, principalmente as que apresentam baixa imunidade.
Os cuidados começam com os próprios animais domésticos. No caso de aparecimento de lesões, é necessário buscar atendimento veterinário. De acordo com a Secretaria Municipal da Saúde (SMS), qualquer suspeita relacionada à presença de gatos com lesões sugestivas de esporotricose é cuidadosamente investigada pelas equipes de Vigilância Ambiental das Unidades de Vigilância em Saúde (Uvis). A medicação é oferecida gratuitamente pelo Núcleo de Vigilância Epidemiológica, inclusive para animais comunitários. O tratamento deve ser ininterrupto, e os animais são acompanhados até a completa recuperação.
As pessoas que apresentarem lesões suspeitas de esporotricose podem procurar atendimento médico, pela rede pública no SUS ou pela rede privada. Caso o tratamento não seja feito corretamente, o risco de recaída é alto. “Em geral, o tratamento deve ser feito de 6 meses a 1 ano, dependendo das condições clínicas do paciente e da doença, ou quando não é feito o controle adequado do ambiente”, explica a dermatologista. |
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