Eventos como Copa do Mundo, eleições e baixos índices econômicos inibiram mercado de imóveis novos
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A retração econômica que marcou os diversos setores da economia em 2014 afetou o mercado de imóveis novos, reduzindo consideravelmente seus resultados em vendas e lançamentos de produtos, com relação a 2013. Na última quarta-feira, o Secovi-SP (Sindicato da Habitação) apresentou o mais recente Balanço do Mercado Imobiliário, apontando as diferenças dos resultados entre 2014 e 2013. Marcado por eventos como Copa do Mundo, eleições presidenciais e baixos indicadores econômicos, o ano de 2014 registrou queda, tanto em lançamentos quanto em unidades vendidas, no setor de imóveis novos, na Capital e Região Metropolitana de São Paulo (RMSP).
O Balanço do Mercado Imobiliário divulgado na última quarta-feira (25/2) pelo Secovi-SP (Sindicato da Habitação) mostrou que o ano de 2014 foi de resultados menores para o mercado imobiliário com relação a 2013. De acordo com a Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio), em 2014 foram lançadas 31,7 mil unidades na Capital, número 7% menor em relação a 2013. Quanto aos lançamentos, novembro foi o mês que apresentou melhores resultados, com 6,3 mil unidades. Junto com dezembro, que teve 4,7 mil novas unidades, o último bimestre do ano teve 34,6% do total lançado durante o ano.
A maioria desses lançamentos ficou na Zona Oeste, com 8.112 unidades, ou seja, 26% do total. Em seguida aparecem zonas Sul, com 7.599 unidades, Leste, com 6.799 unidades, Centro, com 5.058 unidades e Norte, com 4.111 unidades. O tipo de imóvel mais construído foram os de 2 dormitórios nas zonas Leste, Norte e Sul. Já as regiões Centro e Oeste tiveram grande parte dos lançamentos em apartamentos de 1 dormitório.
O resultado das vendas em 2014 também foi inferior ao de 2013. Com 21,6 mil unidades vendidas, a redução foi de 35,2%, em comparação ao ano anterior. O destaque, mais uma vez, foram os imóveis de 1 dormitório, que representaram 28% do total vendido, um recorde, considerando esse tipo de imóvel. A maior participação foram os imóveis de 2 dormitórios, com 46% das vendas, seguido pelos de 3 quartos, com 21%, e 4 ou mais dormitórios, com 5%. A queda foi registrada também no montante comercializado de 2014, que foi de R$ 11,9 bilhões na cidade, redução de 41,9% em relação ao total de R$ 20,5 bilhões de 2013.
De acordo com o levantamento do Secovi-SP, os preços dos imóveis novos subiram 7,39% em relação a 2013, fazendo com que o preço médio do m2 de área útil chegasse a R$ 9.300,00 em dezembro. Descontada a variação do INCC (Índice Nacional de Custo e Construção), o aumento real dos imóveis novos foi de 0,4%, ficando próximo à inflação. Diferente do que aconteceu nos anos de 2010 e 2011, quando não foi registrada valorização.
Região Metropolitana de São Paulo
Formada por 39 municípios, sendo São Paulo a maior do conglomerado, a Região Metropolitana apresentou bons resultados para o mercado de imóveis novos em 2014, devido ao número maior de vendas do que de lançamentos. No total, foram comercializadas 19,7 mil unidades e lançadas 19,2 mil unidades.
De acordo com o Secovi-SP, as diferenças entre os desempenhos dos mercados da Capital e dos outros municípios da RMSP evidenciam a necessidade de equilibrar as vendas e os lançamentos na cidade de São Paulo, o que poderá ocorrer de forma gradual.
Na avaliação dos economistas do Secovi- SP, esse ajuste dependerá, em parte, da conjuntura política e econômica no primeiro semestre deste ano. Se houver uma melhora no período, a previsão é de que as vendas reajam positivamente e incrementem a comercialização em 10%, comparado a 2014. Caso contrário, as vendas devem permanecer estáveis. De qualquer forma, o setor acredita que haverá queda na casa dos 10% com relação aos lançamentos de novas unidades em 2015.
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