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Gaetano Brancati Luigi, criador do Marco da Paz,
pode trazer o prêmio Nobel para o Brasil |
Da esquerda para a direita: Heliodoro Pereira de Sá, Gaetano Brancati Luigi e prof. dr. Dircêo Torrecilas Ramos
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O Pateo do Colégio, além da história da fundação da cidade, guarda um importante símbolo da paz mundial. Inaugurado em 2000, o Marco da Paz foi criado pelo italiano Gaetano Brancati Luigi, que, assim como milhares de europeus, migrou para a América após a Segunda Guerra Mundial. Seguindo inicialmente para a Argentina, ele prosperou com sua família no comércio e dedicou grande parte de sua juventude ao esporte. “Fui atleta, condição que me deu muitas alegrias em Buenos Aires”, recorda o empresário.
Há mais de 45 anos, porém, Luigi se instalou no Brasil, mais precisamente em São Paulo, no bairro da Lapa. Aqui, Luigi afirma ter encontrado a realização pessoal, nos negócios e na comunidade. “Sempre me dediquei à Lapa”, afirma Luigi, que foi presidente do Clube dos Lojistas e, por cinco vezes, diretor superintendente da ACSP- Distrital Lapa.
Apesar de tantas coisas boas terem acontecido após sua chegada à América, Luigi nunca esqueceu os horrores da guerra, os quais vivenciou desde os 8 anos de idade, quando vivia com sua família na cidade de Orsomarvo, província de Cozenza, na Itália. Em sua terra natal, ele viveu o período da Segunda Grande Guerra, triste capítulo da história da humanidade que fez mais de 50 milhões de mortos. Além da destruição e do medo, a miséria e a fome marcaram esse triste período em que Luigi viveu até mais ou menos seus doze anos de idade. “Fase do meu crescimento até os 12 anos foi muito marcante”, relembra ele, que muitas vezes dividia um pedaço de pão com os meninos de sua idade, sempre na promessa de que dividiriam o pão todas as vezes que uma das famílias tivesse condições de fazer.
Desse período, Luigi também nunca se esqueceu do sentimento de alegria e alívio ao escutar os sinos da igreja que anunciavam o fim do conflito mundial e, desde então, sonhava em poder fazer algo que pudesse lembrar aos povos de todo o mundo da importância da paz. “Aquele menino de 8 anos foi marcado por um sentimento de amor e esperança por um dia melhor e se propôs a fazer algo pela paz e não se esqueceu”, relembra emocionado Luigi.
De sua imigração para a América, onde Luigi seguiu inicialmente para a Argentina com sua família anos mais tarde para o Brasil, mais precisamente para o bairro da Lapa, em São Paulo, ele construiu uma história de realizações pessoais e dedicação à comunidade. “Há mais de 45 anos vim para o Brasil e me integrei à Lapa, onde fiz muitas coisas com gratidão pelo acolhimento que recebi”. Ao chegar ao Brasil, Luigi ingressou na Associação comercial de São Paulo, vindo a ser 5 vezes superintendente da ACSP Distrital Lapa, além de presidente de Associação dos Lojistas.
Através da ACSP, Luigi encontrou apoio para realizar seu desejo de uma iniciativa em favor da paz mundial. “Cresceu dentro de mim a necessidade de fazer algo, mas eu me perguntava ‘o que?’. Esse sentimento encontrou enfim o seu propósito em 1999, quando Luigi se deu conta de que algo faltava à igreja do Páteo do Colégio. “Mas um dia, de tanto ir ao Páteo do Colégio, senti a ausência do toque do sino... é o destino da vida também. Fui ao padre Fernandes e ele me respondeu que tinham roubado o sino há mais de 15 anos. Porque outro não notou. Eu também, porque não notei antes, só no fim de 1999?”. Com o apoio da ACSP, Luigi conta que, dentro de 20 dias, a igreja voltou a ter um sino, e surgia assim a ideia de um monumento que simbolizasse a paz. “No momento que foi colocado o sino veio na minha mente o que levei 55 anos para criar, o Marco da Paz... A realização de um sonho de uma vida...”.
Com a colaboração de amigos e apoio da ACSP, em 2000 era inaugurado, no Páteo do Colégio, o monumento Marco da Paz. A partir de 2005, o projeto conta com a parceria do empresário João Bico, e foi levado a outras cidades do Brasil e do mundo, havendo réplicas em países como México, Argentina, Uruguai, China e Itália. Em São Paulo, além do Páteo do Colégio, o Marco da Paz está presente na Lapa, Tatuapé, Jaçanã, Parque da Juventude e Assembleia Legislativa.
Esse ano, a iniciativa ganhou um reconhecimento histórico, a indicação de Gaetano Luigi Brancati ao Prêmio Nobel da Paz, um trabalho iniciado por Heliodoro Pereira de Sá, conselheiro da Distrital Norte que elaborou toda a documentação necessária que foi referendada pelo Doutor e professor Dircêo Torrecillas Ramos. Quanto à possibilidade de vir a receber o Nobel, Luigi responde: “Somente a indicação já é para mim a coroação máxima desse trabalho”. |
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