Assim como outras datas comemorativas, a expectativa do comércio para o Dia das Crianças é inferior ao ano passado
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O Dia das Crianças nesta segunda-feira, (12/9) será comemorado com presentes, porém com gastos menores com relação à mesma data no ano passado. A crise econômica e, principalmente o alto índice de endividamento das famílias apontam para um número menor de vendas neste ano. De acordo com levantamento do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), em todas as capitais, 41,2% dos consumidores apresentam a intenção de gastar menos neste Dia das Crianças em comparação ao ano passado.
Em 2015, o indicador do SPC Brasil de consultas para vendas a prazo mostrou recuo em todas as datas comemorativas até agora, na comparação com o ano anterior: -4,93% na Páscoa; -0,59% no Dia das Mães; -7,82% no Dia dos Namorados e -11,21% no Dia dos Pais. Seguindo a tendência das outras datas comemorativas, a sondagem de vendas para o Dia das Crianças apresenta expectativa inferior ao ano passado. “Tal resultado pouco animador é reflexo direto da situação econômica. Com o avanço da inflação e piora nos indicadores de emprego, o brasileiro se depara com menos renda disponível”, avalia Honório Pinheiro, presidente da CNDL. “Isso resulta em gastos mais modestos ao longo de 2015, seja pela necessidade de se ajustarem a um orçamento mais apertado, seja por estarem temerosos de que a crise ainda se estenda por mais tempo.”
A pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) mostram que os entrevistados que pretendem gastar menos no presente do Dia das Crianças, correspondem a 42,3% dos consumidores, 22,1% desses apontam o endividamento como razão principal, seguida pela inflação e a instabilidade econômica (17,0%), e a necessidade de economizar (14,2%). Para 40,0% dos entrevistados, a situação financeira piorou em relação a 2014, sendo a principal justificativa a diminuição da renda. Mesmo gastando menos, a maioria dos entrevistados afirma que não deixará de presentear neste Dia das Crianças. A maioria (57,2%) comprará presente para os filhos, 22,4% para os sobrinhos e 17,4% para netos. De acordo com o SPC Brasil, em média, os entrevistados pretendem comprar dois presentes, com uma expectativa média total de gastos de R$ 159,64. Este valor representa uma queda de 43,0% de gastos com os presentes, quando comparado a 2014 (R$ 280,48). Para 42,6%, as despesas não ultrapassarão os R$ 100,00. Vale destacar, no entanto, que 42,9% dos entrevistados ainda não sabem ou não decidiram o valor da compra.
Pagamento em dinheiro
Quase metade dos consumidores deve pagar o presente do Dia das Crianças em dinheiro (49,5%), em especial os consumidores das classes C, D e E (56,2%). Em segundo lugar aparece o cartão de Crédito parcelado (22,2%). “Com a atual conjuntura econômica, em que as pessoas se veem obrigadas a cortar despesas para driblar a inflação e estão menos seguras em seus empregos, o ideal é evitar o abuso de parcelamentos e realizar todos os pagamentos à vista”, analisa a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti. “Nesse ponto, quase a metade dos entrevistados está indo pelo caminho certo, ao pagar em dinheiro.”
Bonecas devem ser os presentes preferidos
Os presentes preferidos pelos consumidores para presentearem no Dia das Crianças são as bonecas e bonecos, entre 34,7% dos entrevistados. Logo após, aparecem as roupas (32,7%); aviões e carrinhos de brinquedo (18,3%) e jogos educativos (18,3%).
Cerca de 48,9% dos consumidores devem efetuar a compra nos shoppings, em segundo lugar aparecem as lojas de rua ou de bairro (29,6%), seguidas pela internet ou lojas virtuais (15,9%). Para 59,4% dos entrevistados a comemoração será feita em casa.
As promoções e descontos são as principais motivações (66,8%) para entrar na loja e realizar a compra, além do preço (36,0%), e da qualidade (29,1%). “É sempre bom analisar todos os detalhes e comparar com outros lugares para ver se a compra será, de fato, vantajosa”, afirma Kawauti.
Quanto à escolha do presente, apenas 22% pretende deixar que as próprias crianças decidam o que comprar, 43,6% dos entrevistados afirmaram que vão escolher sozinho, número que aumenta entre as mulheres (52,2%). “Na hora de comprar o presente, a criança dificilmente vai reparar no valor. Cabe aos pais, tios e avós se atentarem a isso e terem a firmeza de dizer se poderão ou não comprar”, diz a economista. “Pode ser difícil tomar essa atitude, mas com certeza evita o endividamento e o orçamento em casa agradece”.
Realizada pelo SPC Brasil e CNDl, a pesquisa ouviu 602 consumidores em todas as capitais no período de 11 a 23 de setembro.
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