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| Conjunto Atlântico, uma história de amor e dedicação ao Choro, é retratada em livro |
O professor José de Almeida Amaral Júnior e sua esposa Tânia Àlvarez falam sobre
o mais recente trabalho: o livro “Conjunto Atlântico, Uma história de Amor ao Choro”
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Amante e estudioso do Choro, o professor José de Allmeida Amaral Junior é um dos poucos autores a explorar e registrar a história deste gênero que marcou época na música brasileira. Em 2013, lançou o título “Chorando na Garoa - Memórias Musicais de São Paulo”, obra considerada referência no registro do Choro na cidade de São Paulo.
Como um recorte desse primeiro trabalho, esse ano Amaral Jr. nos presenteia com o livro “Conjunto Atlântico, Uma História de Amor ao Choro”, relatando fatos desse importante grupo liderado por Antônio D’Auria, que embora não tenha sido um músico profissional foi um dedicado estudioso do Choro e com sua capacidade de liderança fez do Conjunto Atlântico uma referência entre as rodas de choro da cidade de São Paulo.
O Conjunto Atlântico tocava numa pequena sala na residência de D’Auria que se localizava no Bom Retiro sempre as sextas-feiras. Com as portas abertas, essa Roda de Choro foi ganhando fama entre os apreciadores do gênero e além de atrair pessoas de toda a cidade, chamou a atenção de grandes músicos como Jacob do Bandolim e Pixinguinha. No caso de Jacob do Bandolim, tornou-se grande amigo pessoal de D’Auria e acompanhou durante muitos anos as Rodas de choro no Bom Retiro.
Na década de 70, o Conjunto Atlântico já alcançava um grande impacto midiático em sua época como as participações no programa “Choro das Sextas”, veiculado por anos para TV Cultura. Ao participar dos Festivais Nacionais de Choro no final dos anos 70, o Conjunto Atlântico foi vice-campeão no ano de 1978.
A história desse conjunto tem entre muitos aspectos interessantes o fato de que seus membros não eram músicos e tinham profissões diversas. O próprio líder, D’Auria era técnico de projeção de cinema. Essa é uma característica interessante, uma vez que o Choro é um gênero que exige muita técnica e dedicação. De acordo com o autor, Amaral Jr, essa é uma das razões pelas quais o Choro não chegou a se popularizar como o samba e outros ritmos. “Numa Roda de Samba qualquer pessoa chega e consegue cantarolar, batucar. No choro não. Você precisa conhecer”.
Ainda assim, a qualidade musical alcançada pelo Conjunto Atlântico foi notável, além do reconhecimento de grandes músicos e da imprensa especializada, sua popularidade lotou o Anhembi durante participação do show O Fino da Música produzido por Zuza em 1976.
Esses e outros fatos sobre a trajetória do Conjunto Atlântico estão reunidos neste livro, que contou com entrevista também de familiares do líder do conjunto D’Auria, pesquisas nos Arquivos da TV Cultura e entrevista com um de seus membros mais talentosos, ainda vivo, isaías Bueno de Almeida, que nasceu e vive até os dias de hoje no bairro Casa Verde. Além disso, o Conjunto Atlântico tem uma importante passagem na Zona Norte. Sua primeira apresentação oficial aconteceu em 1952 na Paróquia Nossa Senhora da Anunciação em Vila Guilherme, bairro onde mora o autor Amaral Jr.
“Conjunto Atlântico, Uma História de Amor ao Choro”, tem autoria de José de Almeida Amaral Júnior, projeto gráfico, diagramação e capa de Tânia Maria Rodrigues Àlvarez e edição pela Selo Independe Paulistinha. Uma leitura que nos traz além desse interessante capítulo da música brasileira, o retrato de uma época da cidade de São Paulo e sua constante efervescência cultural. |
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Veja a capa da edição:
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