Tremembé é o bairro na Zona Norte com maior número
de casos de Dengue, seguido por Parque São Domingos,
Jaçanã, Vila Maria e Vila Medeiros
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O Centro de Operações de Emergências (COE), coordenado pela Secretaria Estadual da Saúde, decretou estado de emergência para combater a epidemia de Dengue no Estado de São Paulo. A decisão foi tomada após o estado registrar mais de 138 mil casos e 31 mortes pela doença no Estado. O decreto, que permite a alocação de recursos com maior agilidade e sem a necessidade de licitação, foi publicado no Diário Oficial nesta terça-feira (5).
A situação crítica foi evidenciada pelo atingimento da marca de 300 casos confirmados da doença para cada grupo de 100 mil habitantes, conforme dados apresentados na segunda-feira (4). Até então, o estado contabiliza 31 mortes pela Dengue, com outros 122 óbitos em investigação. Dos 138.259 casos, 169 são considerados graves.
Na capital, a maioria dos casos está concentrada em 15 bairros, sendo cinco da Zona Norte os mais afetados: Tremembé (963 casos), Parque São Domingos (747), Jaçanã (721), Vila Maria (411) e Vila Medeiros (370). Os outros são: Vila Jaguará, Itaquera, São Miguel Paulista, Vila Leopoldina, Anhanguera, Campo Limpo, Guaianases, Lapa, Água Rasa, Itaquera, São Rafael, Cidade Tiradentes, Guaianases e Lajeado.
O decreto de emergência permitirá aos gestores públicos destinar recursos para o combate à doença de forma mais rápida, sem a necessidade de licitação, além do aporte do Ministério da Saúde. Até o momento, 22 dos 645 municípios do estado já decretaram emergência. Em alguns bairros o popularmente conhecido “fumacê” tem sido aplicado, além da utilização de drones para a aplicação de larvicida e agentes de saúde nas casas.
“A gente pode ter um pouco mais de agilidade para adquirir insumos, contratar pessoas, aumentar a nossa rede de atenção. E os municípios podem usar o nosso decreto como justificativa para decretar estado de emergência também nos seus municípios”, explicou Priscilla Perdicaris, secretária da Saúde em exercício.
O governo estadual também busca liberação de recursos do governo federal para o combate à Dengue, incluindo a ampliação do número de equipamentos de fumacê, que atualmente são cerca de 600 no estado.
Segundo a coordenadora de Controle de Doenças, a incidência atual é maior da Dengue: tipo 1 e 2, com uma taxa de positividade de 40%. Esper Georges Kallás, diretor técnico do Instituto Butantan e membro do COE, atribui o aumento de casos ao aquecimento global e às chuvas, criando condições ideais para a proliferação do mosquito. E não dá para prever quando será o pico da doença: “Os casos continuam crescendo, a gente ainda não sabe quando será o pico. Não dá para dar a previsão exata... como existem estados que estão em uma situação bem pior que São Paulo, a gente tem que se preparar”, disse Kallás.
Entulhos podem se tornar foco de água parada e um possível criadouro para os mosquitos, por isso todos devem ficar atentos
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Sobre a vacinação, o Ministério da Saúde ampliou a faixa etária para 10 a 14 anos devido à procura baixa. Até o momento, apenas 11 municípios paulistas receberam doses do imunizante para o público-alvo, que se iniciou em 19 de fevereiro. Dentre os contemplados, por enquanto, apenas 11 ficam no Estado de São Paulo: Guarulhos, Suzano, Guararema, Itaquaquecetuba, Ferraz de Vasconcelos, Mogi das Cruzes, Poá, Arujá, Santa Isabel, Biritiba-Mirim, Salesópolis. A capital ainda está de fora.
Cuidados contra a Dengue
Enquanto o estado enfrenta a Dengue, a população é orientada a adotar medidas preventivas, como: eliminar focos de água parada em casa, uma vez que o mosquito pode utilizar, desde grandes reservatórios, até pequenos objetos como criadouros. Colocar areia nos pratos das plantas e trocar a água semanalmente dos cochos dos animais. Mas não basta esvaziar o recipiente. É preciso esfregá-lo, para retirar os ovos do mosquito depositados na superfície da parede interna, pouco acima do nível da água. Isso vale para qualquer recipiente com água.
Utilizar-se de repelentes (a base de icaridina, DEET, IR3535), essas barreiras químicas devem ser recomendadas pelo dermatologista, principalmente para crianças e gestantes. Existem as barreiras físicas como telas e mosquiteiros. Essas são algumas recomendações essenciais para controlar a proliferação do Aedes Aegypti, transmissor da Dengue.
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