Em meio à grave crise hídrica enfrentada no Estado de São Paulo, após longo período de estiagem, os problemas relacionados à enchentes na Capital tiveram menor destaque nos últimos meses. Apesar da inesperada mudança de foco no verão, há muito a ser feito para que se evite os transtornos causados pelas chuvas intensas.
A Prefeitura lançou em 2012 o Programa de Redução de Alagamentos (PRA), definindo algumas intervenções complementares aos programas de macrodrenagem na cidade. No entanto, apesar de sua urgência, as obras só tiveram início em outubro do ano passado. Na Zona Norte, há 14 em andamento, em diferentes estágios.
O último verão foi atípico em São Paulo. Com temperaturas acima da média e escassez recorde de chuvas, a cidade enfrentou longo período de estiagem. Em meio à crise hídrica, os problemas com enchentes, comuns nesta época do ano, ganharam menor destaque. Mas não há como ignorá-los.
Apesar de alterações climáticas inesperadas, o padrão normal de novembro a março é de chuvas intensas na capital paulista, que geram inúmeros problemas à população, como alagamentos de vias públicas, transbordamento de córregos e rios, além do deslizamento de barrancos. Prejuízos, transtornos, congestionamentos e inúmeras famílias desabrigadas.
Na tentativa de minimizar os transtornos neste período crítico, a Prefeitura lançou em 2012 o Programa de Redução de Alagamentos (PRA), estabelecendo intervenções complementares aos programas de macrodrenagem. Apesar de sua urgência, as obras só tiveram início em outubro do ano passado.
Segundo informou a Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana (Siurb) à reportagem de AGZN, o programa estabelece intervenções em áreas de alagamento em vias de responsabilidade de 20 das 32 subprefeituras da cidade. As obras foram divididas em cinco lotes para facilitar o planejamento e a execução. O custo total estimado é de R$ 132,8 milhões.
Entre os serviços realizados estão: contenção de margens, construção de galerias de águas pluviais e canalização de trechos de córregos em regiões de maior risco de alagamento.
Entre as avenidas Santa Inês e Peri Ronchetti, na região do Horto Florestal, uma placa indica a realização de obras do Programa de Redução de Alagamentos
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Ainda de acordo com informações da Siurb, os locais a receberem melhorias foram definidos e priorizados com base em estudos realizados pelas secretarias de Infraestrutura Urbana e Obras e de Coordenação das Subprefeituras, juntamente com a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), a partir de dados sobre pontos de alagamento e margens de córregos que apresentam situação crítica, com risco de erosão e solapamento.
Na Zona Norte, segundo confirmação da Siurb, há atualmente 14 obras do PRA em andamento, em diferentes estágios. Algumas estão praticamente concluídas e outras em fase de execução. Há ainda casos no aguardo de remoção de interferências, relacionadas a redes da Sabesp ou de outras concessionárias.
Na região de Santana/Tucuruvi, intervenções estão sendo realizadas nas ruas Cel. Joaquim Ferreira Souza, Helena do Sacramento, Jardinésia e Jardimirim, além da Travessa Neco.
Em Vila Maria/Vila Guilherme, as vias afetadas são as ruas Eugênio Freitas, Leandro Ferreira e Maria Quedas, além da Travessa Embaúba. Em Freguesia/Brasilândia, há intervenções nas ruas João Delgado, Monte Alegre do Sul, Raulino Gaudino e Rodolgo Bardela. Já em Pirituba/Jaragua, nas ruas Tapendi e Tacoativa.
Rua Helena do Sacramento
Na edição da última semana, a reportagem de AGZN destacou os inúmeros transtornos enfrentados por moradores da Rua Helena do Sacramento, no Mandaqui, em meio às obras do Programa de Redução de Alagamentos.
Ao longo de cerca de cinco meses, foram registrados problemas como rompimento de fiação e estouro de tubulação, que acabaram afetando o fornecimento de energia e de água, além do bloqueio de garagens, pó e barulho excessivos.
Na última semana, o trecho de cerca de cem metros entre as ruas Pestana e Gregório Lopes, foi finalmente liberado, após recapeamento.