O número de casos de dengue, que normalmente ocorre com maior frequência nos meses mais quentes e chuvosos, continua a subir na cidade de São Paulo. Segundo o mais recente levantamento divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde, desde janeiro já foram registrados mais de 11 mil casos na capital paulista.
De acordo com o documento, 94 dos 96 distritos estão sendo atingidos pela transmissão da doença. Na Zona Norte, as ocorrências aumentaram em todos os bairros. Mas, a situação é mais preocupante na região do Tremembé, onde o número de casos subiu de 369 para 520 nas duas últimas semanas.
 No Tucuruvi, onde o número de casos de dengue subiu de 138 para 197 nas duas últimas semanas,
a taxa de incidência da doença é considerada média
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Apesar da queda nas temperaturas e da escassez de chuvas, o número de casos de dengue continua a subir na cidade de São Paulo. Segundo o mais recente levantamento divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde, 11.392 casos foram registrados desde o início do ano. Deste total, oito óbitos foram confirmados. No mesmo período do ano passado, foram 2.457 casos.
A taxa de incidência da doença na capital paulista subiu para 101,2 casos para cada 100 mil habitantes, considerada média de acordo com o Ministério da Saúde. Até a última semana, a taxa acumulada estava na categoria de baixa incidência.
Segundo a secretaria, o número de notificações (registros ainda não confirmados) teria desacelerado nas últimas semanas, já que 56,3% dos registros foram realizados entre os dias 23/3 e 19/4. Por enquanto, o período corresponde ao pico da doença em 2014. No entanto, a situação ainda é preocupante e requer atenção.
Na Zona Norte, o número de registros aumentou em todos os distritos, especialmente no Tremembé.
Distritos
O último boletim da Secretaria Municipal de Saúde apontou ainda que em 94 dos 96 distritos administrativos da cidade de São Paulo há transmissão de dengue. Apenas em Marsilac e Socorro não há registro da doença. Em 49 distritos, o nível de transmissão está no início. Em 34 o nível de transmissão é de alerta e 11 estão em nível de emergência.
Entre os que apresentam quadro mais grave, quatro estão na zona oeste: Jaguaré, com 1.430 casos registrados e taxa de incidência de 2867,9 (alta); Rio Pequeno, com 669 casos e incidência de 564,8 (alta); Lapa, com 538 casos e incidência de 818,4 (alta) e Raposo Tavares, com 360 casos e incidência de 359,4 (média). Na zona leste, são três: Vila Jacuí, com 316 casos e incidência de 222,0 (média); Itaquera, com 348 casos e incidência de 169,9 (média) e Cidade Líder, com 272 casos e incidência de 214,9 (média). Na zona sul, são dois: Campo Limpo, com 403 casos e incidência de 190,7 (média) e Capão Redondo, com 329 casos e incidência de 122,4 (média).
Na Zona Norte, a situação é mais preocupante no Tremembé, com 538 casos e incidência de 272,7 (média) e em Pirituba, com 341 registros e incidência de 203,1 (média).
Entre os 32 distritos onde o nível de transmissão é de alerta estão Butantã, com incidência de 289,7 (média); Jaguara, com incidência de 277,2 (média). Carrão, com incidência de 275,0 (média); Santo Amaro, com incidência de 209,6 (média) e Tucuruvi, com incidência de 201,1 (média).
Na última semana, segundo dados da Prefeitura, ações de combate à dengue foram realizadas em toda a cidade. Na Freguesia do Ó, 93 agentes fizeram 25 bloqueios de criadouros, três nebulizações e visitas em quase 3 mil imóveis, além da distribuição de toucas para caixas d’água. Na região de Santana, 49 agentes realizaram 28 bloqueios de criadouros e 33 nebulizações. Já em Vila Maria, 78 agentes promoveram 50 bloqueios de criadouros e oito nebulizações, além da distribuição de 40 toucas para caixas d’água.
A doença
A dengue é uma doença febril aguda. Uma pessoa é infectada com o vírus que a provoca penetra no organismo, através da picada de um mosquito infectado, o Aedes aegypti. Após a picada, há um período de incubação que varia de 3 a 15 dias. Seus sintomas são muitas vezes confundidos com os de uma gripe muito forte. Entre eles: febre, náuseas, vômitos, dores no corpo, nas articulações e nos olhos. Algumas manchas vermelhas, parecidas com as de sarampo ou rubéola, podem surgir pelo corpo.
 O Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue |
A dengue, mesmo em sua forma mais simples, é uma doença séria. Caso a pessoa seja portadora de alguma doença crônica, como problemas cardíacos, deve redobrar os cuidados preventivos.
Em casos mais graves (dengue hemorrágica), a pessoa pode correr risco de morrer se não for tratada em tempo.
Em caso de suspeita de contágio, é fundamental procurar um profissional de saúde e nunca medicar-se por conta própria. É importante também que o paciente fique em repouso e ingira bastante líquido.
Prevenção
A prevenção da dengue só é possível através da conscientização da população de seu próprio papel nesta história. Cada cidadão pode fazer sua parte a partir de medidas simples.
Pratos de vasos de plantas devem ser preenchidos com areia, a fim de evitar acúmulo de água.
Tampinhas, latinhas e embalagens plásticas devem ser jogadas no lixo e as recicláveis, deixadas fora do alcance da chuva. Latas, baldes, potes e outros frascos devem ser guardados com a boca para baixo.
Caixas d’água devem ser mantidas fechadas com tampas íntegras (sem rachaduras) ou cobertas com tela (mosquiteiro). Piscinas devem ser tratadas com cloro ou mantidas cobertas.
Pneus velhos devem ser furados ou guardados em locais cobertos. Lonas, aquários e brinquedos devem ser guardados em locais secos.
Entulhos ou sobras de obras devem ser cobertos, destinados ao lixo ou a ações como a “Operação Cata-Bagulho”, promovida pelas subprefeituras.
Já as plantas que acumulam água (como por exemplo, bromélias e espadas de São Jorge) deverão ser regadas diretamente na terra.
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