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Câncer de Testículo: Casos entre jovens devem aumentar quase 4% até 2030, o que alerta a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica |
 Um dos principais desafios no Brasil é a tendência de muitos homens associarem alterações testiculares a ISTs ou traumas, o que pode atrasar o diagnóstico
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A Organização Mundial da Saúde (OMS) projeta que, até 2030 quase 30 mil homens entre 20 e 34 anos receberão o diagnóstico de Câncer de Testículo anualmente. O dado faz parte de um levantamento da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO), baseado na plataforma Câncer Tomorrow, da Agência Internacional para Pesquisa do Câncer (IARC/OMS). Embora o Câncer de Testículo seja considerado raro quando se analisam todas as faixas etárias, ele ocupa a segunda posição entre os tipos mais comuns entre homens jovens, ficando atrás apenas do Câncer de Tireoide.
Em 2022, foram registrados cerca de 28,4 mil novos casos de Câncer de Testículo nessa faixa etária, com previsão de aumento para 29,5 mil casos anuais, até o final da década.
O Brasil tem papel relevante no cenário da América Latina: é o segundo país da região com maior incidência da doença, registrando mais de 3 mil novos casos por ano. Entretanto, em termos de prevalência (número de casos por 100 mil homens), o país ocupa a 11ª posição, com 2,7 casos para cada 100 mil brasileiros.
O presidente da SBCO, Rodrigo Nascimento Pinheiro, destaca que o autoexame é uma medida simples e fundamental para a detecção precoce. “Alterações nos testículos, como a presença de nódulos ou aumento de volume, podem ser percebidas durante a prática do autoexame. Caso essas alterações sejam identificadas, é essencial buscar avaliação médica especializada para confirmação do diagnóstico por meio de exames de imagem, exame físico e testes laboratoriais”, diz o especialista. Segundo Pinheiro, um dos principais desafios no Brasil é a tendência de muitos homens associarem alterações testiculares a infecções sexualmente transmissíveis ou traumas, o que pode atrasar o diagnóstico.
Entre os sintomas mais comuns do Câncer de Testículo estão: o surgimento de um nódulo ou inchaço em um dos testículos, sensação de peso no escroto, dor surda na parte inferior do abdômen ou na virilha, inchaço súbito no escroto, dor ou desconforto testicular, aumento ou sensibilidade nos mamilos e dor nas costas.
Alguns fatores de risco aumentam a chance de desenvolvimento da doença, como a idade (principalmente entre 20 e 34 anos), ser da raça branca (com risco até 10 vezes maior do que em outras raças), histórico familiar de Câncer de Testículo, presença de criptorquidia (quando o testículo não desce naturalmente para o escroto), síndrome de Klinefelter, infecção pelo HIV e histórico prévio da doença em um dos testículos.
O tratamento do Câncer de Testículo é altamente eficaz, especialmente nos casos diagnosticados precocemente. “A principal abordagem é a cirurgia chamada orquiectomia, que consiste na remoção do testículo afetado por meio de uma incisão na virilha. Durante o procedimento, o tecido removido é analisado para definição do tipo histológico e do estágio da doença. Tumores do tipo seminoma, mais comuns, costumam ter bom prognóstico e podem exigir, além da cirurgia, radioterapia ou quimioterapia, dependendo do estadiamento do Câncer”, afirma Pinheiro.
Ainda de acordo com o presidente da SBCO, a definição do tratamento leva em conta as características do tumor e fatores prognósticos individuais, sempre buscando equilíbrio entre a eficácia oncológica e a preservação da qualidade de vida do paciente. |
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