 Segundo dados globais, cerca de 1,4 milhão de pessoas morrem todos os anos por causas relacionadas às hepatites
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Durante o Maio Vermelho, campanha dedicada à conscientização sobre as hepatites virais, especialistas reforçam um aspecto ainda pouco discutido: o impacto dessas infecções no metabolismo. Segundo a endocrinologista dra. Jacy Alves, que é especialista em Endocrinologia pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), a Hepatite não compromete apenas o fígado, mas pode afetar diversas funções metabólicas essenciais ao organismo.
“As hepatites virais são inflamações que comprometem o funcionamento hepático e, com isso, interferem diretamente na capacidade do fígado de metabolizar substâncias fundamentais, como carboidratos, proteínas, lipídios e medicamentos”, explica a médica.
Entenda os tipos de hepatite viral
As hepatites virais são classificadas em cinco tipos principais:
Hepatite A e E: transmitidas por via fecal-oral, geralmente associadas a saneamento básico inadequado;
Hepatite B e D: transmitidas pelo contato com sangue e fluidos corporais, a B pode se tornar crônica e tem vacina disponível;
Hepatite C: também transmitida por sangue contaminado, é muitas vezes silenciosa, mas pode evoluir para formas crônicas, exigindo tratamento antiviral.
Mesmo sem sintomas aparentes, a Hepatite pode avançar e provocar sérios danos ao fígado, como Cirrose e até Câncer Hepático. “O perigo está na evolução silenciosa da doença, especialmente nos tipos B e C. Muitos só descobrem quando o dano já está instalado”, alerta a dra. Jacy.
Hepatite e metabolismo: qual a ligação?
O fígado é um dos principais órgãos metabólicos do corpo humano. Ele regula níveis de glicose, sintetiza proteínas plasmáticas, metaboliza gorduras, hormônios, medicamentos e toxinas, além de auxiliar na digestão por meio da bile.
Quando acometido pela Hepatite, essas funções ficam comprometidas. Essas alterações podem gerar consequências sistêmicas, como: descontrole glicêmico, aumento de colesterol e triglicerídeos, além de maior sensibilidade a efeitos colaterais de medicamentos.
Prevenção e diagnóstico precoce são essenciais
A prevenção das hepatites virais passa por práticas simples e eficazes:
Para hepatites A e E: higiene adequada e cuidados com alimentos e água.
Para hepatites B e D: vacinação, uso de preservativos e não compartilhar objetos cortantes ou de higiene pessoal.
Para hepatite C: atenção redobrada ao uso de materiais perfurocortantes e também ao contato com sangue.
Por isso, a importância dos exames de rotina, especialmente para hepatites B e C, que podem evoluir silenciosamente por décadas. Embora algumas formas de Hepatite se resolvam espontaneamente, como A e E, outras podem exigir tratamento antiviral específico e acompanhamento médico constante. A boa notícia é que, atualmente, a hepatite C tem alta taxa de cura com os antivirais disponíveis.
“O cuidado com o fígado é um cuidado com todo o corpo. Prevenção, diagnóstico e tratamento são as nossas melhores armas”, conclui a especialista.
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