 O Dia Mundial de Combate à Dor (17/10), chama a atenção para a importância do diagnóstico e do tratamento adequados da dor
|
O Dia Mundial de Combate à Dor, celebrado em 17 de outubro, chama a atenção para a importância do diagnóstico e do tratamento adequados da dor, especialmente a dor crônica, condição que afeta cerca de 30% da população mundial, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Nos últimos anos, avanços em medicamentos e tecnologias têm transformado o cuidado com esses pacientes, permitindo atuar de forma mais precisa e segura sobre os mecanismos da dor, e não apenas aliviar o sintoma temporariamente.
Entre as novidades no campo farmacológico, destacam-se o Tonmya™ (TNX-102 SL), primeiro medicamento voltado à Fibromialgia aprovado em mais de 15 anos, e a Suzetrigina (Journavx™), analgésico não opioide que atua bloqueando canais de sódio específicos, reduzindo o risco de dependência e oferecendo uma alternativa para o manejo de dores agudas e neuropáticas.
No mercado asiático, substâncias como Mirogabalina (Tarlige®) e Crisugabalina (HSK16149) também vêm se destacando no tratamento de neuropatias dolorosas, com melhor tolerância e menor incidência de efeitos colaterais, como sonolência e tontura.
“No Brasil o primeiro implante com este modelo de estimulador foi realizado em setembro de 2025, na rede particular. Não há previsão de disponibilidade no sistema público, o que evidencia uma lacuna entre inovação e disponibilidade”, analisa o especialista em dor crônica, o dr. Marcelo Valadares, Especialista em Neurocirurgia pela Associação Médica Brasileira (AMB) e pela Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN). Para ele, a tecnologia representa um avanço real no controle da dor.
Além dos medicamentos, a neuromodulação, técnica que utiliza estímulos elétricos ou magnéticos para regular a atividade dos circuitos neurais, tem ganhado espaço como opção eficaz e de longo prazo. Um dos marcos recentes foi a aprovação pela FDA do Inceptiv™, primeiro estimulador de medula espinhal com circuito fechado, capaz de ajustar automaticamente a intensidade da estimulação conforme as respostas do sistema nervoso.
De acordo com o dr. Valadares, o avanço dessas terapias representa um passo importante na busca por tratamentos mais personalizados. “Com a evolução dos recursos farmacológicos e tecnológicos, podemos agir com cada vez mais precisão sobre os mecanismos da dor e restabelecer o funcionamento do sistema nervoso, oferecendo ao paciente uma melhora concreta na qualidade de vida”, afirma.
O especialista ressalta, contudo, que o tratamento deve ser sempre individualizado e multidisciplinar. “Analgésicos, fisioterapia, exercícios físicos e psicoterapia continuam sendo pilares no manejo da dor crônica. As novas terapias vêm para somar, especialmente nos casos mais complexos, em que há necessidade de intervenções cirúrgicas ou neuromodulatórias”, completa o médico.
A conscientização sobre o tema é fundamental para reduzir o sofrimento e ampliar o acesso ao diagnóstico e ao tratamento. “Nenhum paciente deve conviver com dor de forma permanente, e o Dia Mundial de Combate à Dor é um lembrete de que investir em informação e em inovação é também uma forma de cuidar”, reforça o médico.
|